O site ACI/EWTN Noticias
publicou nesta segunda-feira (17/02/14) as palavras do Papa Francisco
ao presidir a oração do Ângelus ontem na Praça São Pedro, na qual
assegurou que Jesus propõe a seus discípulos “a perfeição do amor”, o
que consiste em pôr em prática um amor cuja única medida é não ter
medida.
O Santo Padre indicou que “Jesus propõe a
quem O segue a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter
medida, ir além de todos os cálculos”.
“O amor ao próximo é uma atitude tão
fundamental que Jesus chega a afirmar que a nossa relação com Deus não
pode ser sincera se não queremos fazer as pazes com o próximo. E diz
assim: ‘Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te
lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua
oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão’”.
Por isso, disse o Papa, “somos chamados a
reconciliar-nos com os nossos irmãos antes de manifestar a nossa
devoção ao Senhor na oração”.
Refletindo sobre o Evangelho de ontem,
que faz parte do “Sermão da Montanha”, o Santo Padre assinalou que
Jesus, em relação à Lei judaica, afirma que “Não julgueis que vim abolir
a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à
perfeição”.
“Jesus, então, não quer cancelar os
mandamentos que o Senhor deu por meio de Moisés, mas quer levá-los à sua
plenitude. E logo depois acrescenta que este ‘cumprimento’ da Lei
requer uma justiça superior, uma observância mais autêntica”.
Jesus disse a seus discípulos, recordou o
Papa, que “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres
da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus”.
“Mas o que significa este ‘pleno cumprimento’ da Lei? E esta justiça superior em que consiste?”, questionou Francisco.
“O próprio Jesus nos responde com alguns
exemplos. Jesus era prático, falava sempre com os exemplos para se
fazer entender. Começa pelo quinto mandamento do decálogo: ‘Vós ouvistes
o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado
pelo tribunal’”.
Com isto, disse o Papa, “Jesus nos
recorda que também as palavras podem matar! Quando se diz que uma pessoa
tem língua de serpente, o que quer dizer? Que as suas palavras matam!
Portanto, não só não se deve atentar contra a vida do próximo, mas
também não lançar sobre ele o veneno da ira e atingi-lo com a calúnia.
Nem falar mal dele. Chegamos às fofocas: as fofocas podem matar, porque
matam a fama das pessoas!”.
Francisco destacou que “é tão bruto
fofocar! No começo pode parecer uma coisa agradável, até divertida, como
chupar uma bala. Mas no fim enche o coração de amargura e envenena
também nós”.
“Digo-vos a verdade, estou convencido de
que se cada um de nós fizesse o propósito de evitar as fofocas, no fim
se tornaria santo! É um belo caminho! Queremos nos tornar santos? Sim ou
não? Queremos viver atrelados às fofocas como hábitos? Sim ou não?
Então estamos de acordo: nada de fofocas!”.
O Santo Padre destacou que “Jesus não dá
importância simplesmente à observância disciplinar e à conduta
exterior. Ele vai à raiz da Lei, com foco, sobretudo, na intenção e,
portanto, no coração do homem, de onde provêm as nossas ações boas ou
más”.
“Para ter comportamentos bons e
honestos, não bastam as normas jurídicas, mas são necessárias motivações
profundas, expressão de uma sabedoria oculta, a Sabedoria de Deus, que
pode ser acolhida graças ao Espírito Santo. E nós, através da fé em
Cristo, podemos abrir-nos à ação do Espírito, que nos torna capazes de
viver o amor divino”.
“À luz deste ensinamento, cada preceito
revela o seu pleno significado como exigência de amor, e todos se reúnem
no maior mandamento: ama Deus com todo o coração e o próximo como a ti
mesmo”, concluiu.
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