Somente
pela ação do Espírito Santo em nós é que podemos conquistar a
santidade. “O Espírito de Jesus habita em nós para fazer-nos imagens de
Jesus” (Rom 8,29). “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o
Espírito de Deus habita em vós?… Porque o templo de Deus, que sois vós é
santo” (1 Cor 3,16). “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do
Espírito Santo, que habita em vós, o qual vos foi dado por Deus? (1 Cor
6,19).
Desde o Batismo o Espírito habita em
gera em nós os dons de santificação: Sabedoria, Ciência, Entendimento,
Conselho, Fortaleza, Piedade e Temor de Deus. Sabedoria o Espírito nos
capacita a conhecer a Deus na intimidade e também nos leva a conhecer e
querer viver conforme a Sua vontade.
Entendimento, ou Inteligência – nos leva
a ver as pessoas e o mundo com os olhos de Deus. Somos levados a
penetrar os mistérios de Deus e o seu conhecimento. Ainda menino no
Mosteiro de Monte Cassino, São Tomás de Aquino já surpreendia os monges
com essa pergunta: “Quem é Deus”?
Ciência – nos leva a compreender e
aceitar os planos de Deus revelados na Sagrada Escritura. Por esse dom
muitos santos, embora quase analfabetos, tinham a ciência infusa das
coisas de Deus.
Conselho – nos faz sábios diante da vida
e nos impulsiona a procurar a Deus e a levar os outros a Deus,
conhecendo e seguindo a sua vontade.
Fortaleza – nos prepara para lutar
contra as tentações e o pecado. Nos faz corajosos na defesa da fé, da
“sã doutrina” (1 Tm 1,10) da Igreja, e nos ajuda a vencer as zombarias e
o respeito humano. Nos dá força e paciência para carregar a cruz de
cada dia.
Piedade – produz em nós o amor a Deus ,
afastando-nos de toda forma de idolatria (prazeres, amor ao dinheiro,
status, fama, vanglória, poder, superstições, ocultismo, etc). Nos faz
viver como verdadeiros filhos de Deus, que ama o Pai com toda a sua
vida. Nos leva e capacita à oração permanente e humilde que tudo
alcança. Faz-nos curvar a cabeça e o coração diante das coisas sagradas.
Move-nos a adorar a Deus e venerar os seus santos e anjos, e de modo
especial Nossa Senhora, Mãe de Deus.
Temor de Deus – é o receio de ofender a
Deus por ser Ele tão bom e Santo. Não é medo de ofendê-lo e ser
castigado, e sim receio de decepcioná-lo com o nosso pecado.
Nada podemos sem o Espírito Santo: “Eu
vos mandarei o Prometido de meu Pai, entretanto, permanecei na cidade
[Jerusalém] até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,29).
Deus anseia dar a cada um de nós o Seu
Espírito, “sem medidas” (Jo 3,34): “Se vós que sois maus sabeis dar
coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai celeste dará o
Espírito Santo aos que lhe pedirem” (Lc 11,13).
Pedir a Deus Pai, por Jesus, pela
intercessão poderosa de Maria, que nos mande o Espírito Santo: “Vinde
Espírito Santo, vinde pela intercessão poderosa do Imaculado Coração de
Maria, Vossa amadíssima esposa. “
“Vinde Espírito Santo, enchei os
corações do vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai
Senhor o Vosso Santo Espírito e tudo será criado e renovareis a face da
terra…”
É pela força do Espírito Santo que se
vence as paixões: “Se viverdes segundo a carne morrereis; mas se pelo
Espírito, mortificardes as obras da carne, vivereis, pois todos os que
são movidos pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus” (Rom 8,13).
“Andai segundo o Espírito e não satisfareis aos apetites da carne”. (Gal 5,17).
As obras da carne: “adultério, impureza,
desonestidade, idolatria, magia, inimizades, contendas, ciúmes, iras,
rixas, discórdias, partidos, invejas, embriaguez, orgias, e outras
coisas” (Gal 5,20-21), só podem ser vencidas se nos deixarmos conduzir
pelo Espírito, o qual produzirá, então, em nós os seus frutos:
“caridade, alegria, paz, bondade, paciência, benignidade, fidelidade,
mansidão, temperança” (Gal 5,22).
É o Espírito Santo que dá vida a todas as coisas na Igreja; Ele é a sua alma.
Patriarca de Constantinopla, Atenágoras I, falecido em 1972:
“Sem o Espírito Santo:
Deus fica distante da gente;
Cristo, perdido na História;
O Evangelho é letra morta;
A Igreja, apenas agremiação religiosa;
A autoridade, poder que se evita;
A pregação, propaganda da Igreja;
A oração, tarefa a cumprir;
A liturgia, ritual do passado; e
A moral, repressão.
Com o Espírito Santo:
Deus entra na vida do mundo, onde inicia o seu Reino;
Cristo, o Filho de Deus, se faz um de nós;
O Evangelho é o novo estilo de vida;
A Igreja, gente unida como as três Pessoas da Santíssima Trindade;
A autoridade, apoio e serviço;
A pregação, anúncio da novidade do Reino;
A oração, experiência de contato com Deus;
A liturgia, memorial que antecipa o futuro; e
A moral, ação que liberta.”
E como ser “cheio” do Espírito Santo?
1 – purificar-se.
Deus não ocupa, nem usa, vasos sujos. Faça uma Confissão bem feita!
2 - perdoar a todos.
“Se perdoardes aos homens os seus
delitos também o vosso Pai celeste vos perdoará; mas, se não perdoardes
aos homens, o vosso Pai também não perdoará os vossos delitos” (Mt
6,14).
Pai-Nosso -”perdoai as nossas ofensas
assim como perdoamos aqueles que nos ofenderam”. Pedro lhe perguntou:
“quantas vezes devo perdoar o meu irmão, sete vezes?”, Ele respondeu:
não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete.
3 - querer fazer a vontade de Deus
4 - pedir o Espírito Santo com fé.
“A Promessa é, de fato, para nós, assim
como para os vossos filhos e para todos aqueles que estão longe, todos
quantos foram chamados por Deus nosso Senhor” (At 2,38-39). Somos
testemunhas das grandes maravilhas que o Espírito Santo tem realizado
hoje, como no tempo dos Apóstolos. É incrível notar a mudança que houve
na vida dos Apóstolos após o Pentecostes.
“Sereis batizados no Espírito Santo” (At
1,4-5), disse Jesus; e isto acontece hoje em toda a face da terra. Não
se trata de um novo Sacramento, mas da “renovação” do mesmo Espírito que
já recebemos no batismo e nos demais sacramentos.
“Quem crer em mim, como diz a Escritura:
do seu interior manarão rios de água viva ( Zac 14,8; Is 58,11). Dizia
ele isto, referindo-se ao Espírito que haviam de receber os que cressem
nele” (Jo 7,37-39).
D. João Evangelista Martins Terra, Bispo
auxiliar de Brasília, no seu livro “Carismas em São Paulo”
(Ed.Loyola-1995), afirma: “A Renovação Carismática é a grande esperança
de salvação da sociedade neste final de milênio”.
Pe. Zézinho, num artigo publicado na
revista “O Mensageiro de Santo Antonio”, setembro de 1995, pag.30, diz,
sobre a Renovação Carismática: “Já fui crítico até severo da Renovação
Carismática Católica (RCC), até onde alcançava a minha palavra. Não sou
mais. Vi o suficiente para saber o que é joio e o que é trigo. A RCC é
um imenso campo de trigo, de boa qualidade, com algumas ilhas de joio no
meio…”
“O que me faz ajudar a admirar a RCC,
quando seus membros me chamam mesmo não fazendo parte, são três aspectos
de sua pedagogia: oração, gregarismo e sentido de missão…”
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