terça-feira, 16 de julho de 2013

INTEGRA BRASIL Educação é entrave para a Região crescer

O fraco PIB nordestino, um dos temas do Fórum que ocorreu na Bahia, tem preocupado o setor produtivo da região
Salvador. A deficiência na educação de base do Nordeste foi um dos temas do segundo workshop do Integra Brasil - Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo, realizado ontem na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia (Fecomércio-BA). Conforme membros do setor produtivo nordestino, a falta de qualificação é um dos entraves para o desenvolvimento da região.

Após visitar todos os estados nordestinos, passando, ontem, pela Bahia, o movimento realiza mais dois workshops até agosto FOTO: DIVULGAÇÃO

"No Ceará, sentimos na pele essa carência. Um bom exemplo é a Siderúrgica do Pecém, que teve diversas dificuldades em encontrar uma mão de obra adequada para os trabalhos iniciais, que nem precisam de tanta qualificação assim. Isso preocupa porque esses grandes empreendimentos podem optar por buscar trabalhadores em outros locais", afirma o economista e consultor do Centro Industrial do Ceará (CIC), Cláudio Ferreira Lima.

Conforme o deputado federal Zezéu Ribeiro (PT-BA), 15 mil escolas da região sequer têm abastecimento regular de água. "Isso é um dado da Unicef e preocupa todo o setor produtivo, até porque com essas condições fica difícil termos qualificação entre os futuros profissionais. O Integra Brasil precisa propor algo para mudar essa realidade", diz.

Outro tema abordado no workshop foi o crescimento lento do PIB da região, que desde 1939 não chega a metade do PIB per capita nacional. "Não podemos negar que a região vem crescendo ao longo dos anos, mas não é suficiente, tendo em vista que outras localidades cresceram mais. O aumento no salário mínimo e a industrialização do Nordeste não foi suficiente para tirar nosso atraso", diz o professor da Universidade Federal da Bahia, Armando Avena.

Conforme ele, no atual ritmo de crescimento econômico, o principal objetivo do movimento Integra Brasil - que almeja um PIB para o Nordeste que represente 70% do PIB per capita nacional em 20 anos - só poderá ser alcançado em 2074. "O semi-árido nordestino, que abriga cerca de 20 milhões de pessoas, é uma região atrasada porque depende bastante da produção agropecuária, que é desestruturada quando vem uma seca".

Próximos passos

Após visitar todos os estados nordestinos, o movimento realiza mais dois workshops - no Recife, dia 26, e outro no Rio de Janeiro, em 19 de agosto. Na quinta-feira, uma mesa redonda ocorre em Campina Grande.

"Queremos que o Nordeste seja uma região verdadeiramente rica e com oportunidades para quem aqui vive. O objetivo é ver a economia crescer de forma sistemática e contínua, com obras estruturantes importantes sendo tocadas, de fato, para frente", comenta a presidente do CIC, Nicolle Barbosa.

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