Estado tem uma das melhores sobrevidas do País após o procedimento, 95,3% segundo médico
Procedimento importante, o transplante de medula óssea representa a esperança de cura para pacientes acometidos por doenças graves, como a leucemia e linfoma. No Ceará, o número de operações do tipo realizadas apenas neste ano, 26, já igualou às executadas em 2012.
Para melhor atender aos pacientes, a unidade de transplantes de medula do Walter Cantídio será ampliada até dezembro, o que permitirá também o transplante alogênico, quando a medula óssea vem de um doador
O Estado, que mais uma vez mostra a sua força quando o assunto é transplante, pode ainda conquistar outro recorde. Está agendada para o próximo dia 16 de agosto, mais uma operação das três previstas para este mês.
De acordo com Fernando Barroso, chefe da equipe médica de transplante do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), a quantidade expressiva de transplantes de medula óssea está diretamente relacionada à parceria, firmada em 2008, entre o órgão e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). A partir deste trabalho em conjunto, já foram efetuadas 91 operações.
"Estamos caminhando para aumentar esse levantamento. Acredito que, daqui a dois meses, chegaremos a 100 transplantes. No Ceará, temos uma das melhores sobrevida do País após o procedimento, 95,3%, fato que demonstra a nossa habilidade e o domínio da técnica", relata o especialista.
Melhorias
Para que um número cada vez maior de pacientes seja beneficiado, é fundamental que esteja à disposição destes e da equipe médica uma infraestrutura adequada. Assim, estão em andamento a reforma e a ampliação da unidade de transplantes de medula óssea do Hospital Walter Cantídio. O espaço que conta hoje com quatro leitos irá oferecer oito vagas. A previsão é que as obras sejam concluídas em dezembro deste ano.
"A infraestrutura é o ponto central de maior dificuldade nesses casos. O mais complicado nós já temos, que é material humano. Então, com essa reforma, estaremos prontos para realizar ainda mais transplantes", afirma Fernando Barroso.
A ampliação da unidade também permitirá que o Estado realize um tipo de procedimento nunca antes feito no Estado, o transplante alogênico. Este é caracterizado pela medula óssea vir de um doador. Até o momento, apenas o tipo autólogo é efetuado na unidade cearense. O procedimento consiste no paciente receber células tidas como sadias da própria medula.
Células oriundas da medula óssea tiradas do sangue circulante ou do cordão umbilical também podem ser consideradas materiais para o transplante. O Ceará possui o único Banco de Sangue Umbilical e Placentário da Região Nordeste. Hoje, o espaço disponibiliza 60 amostras preservadas, destas 90% podem ter o transplante como destino, situando-se acima da média nacional, que é de 50%.
Para a realização das técnicas, Fernando Barroso cita a importância do desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas para a área. Algumas delas promovidas no Ceará serão levadas ao Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, no fim de agosto, demonstrando que os especialistas cearenses também voltam-se para os estudos sobre o assunto.
Em setembro, entre os dias 25 e 27, adianta o médico, acontecerá o I Seminário de Terapia Celular, em Fortaleza, no qual será apresentada uma nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores do Ceará, Rio Grande do Sul e São Paulo. Esta será um dos instrumentos que auxiliará os especialistas nos casos de transplante de medula óssea.
Doe de Coração
Ações de conscientização promovidas em todo o Estado são fundamentais para o aumento no número de transplantes relacionados aos mais diferentes órgãos, inclusive a cirurgia de medula óssea. A Fundação Edson Queiroz, por exemplo, promove desde 2003 a campanha "Doe de Coração", sensibilizando a sociedade para a importância desse gesto de solidariedade.
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