Crateús. O iminente colapso de água que enfrenta este município e vários outros desta região preocupa os trabalhadores rurais. Além da quase total perda de safra e dificuldades para alimentar o rebanho, que já afligem os trabalhadores, produtores e criadores desde o ano passado, a maior preocupação do momento é a falta de água.
Água fornecida por carro pipa é a principal alternativa de abastecimento para a população urbana nos sertões dos Inhamuns
Na cidade, a situação já declarada há meses preocupa a cada dia. O açude Carnaubal está no fim de suas reservas, contando com apenas com 0,19% de sua capacidade, segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Os carros-pipas continuam sendo o socorro de várias comunidades interioranas e a tendência é que no último semestre do ano o quadro se agrave ainda mais, com a evaporação e o fim das reservas hídricas dos reservatórios. O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR) cobra mais investimentos dos governantes com respeito à situação caótica de falta de água no município. Aponta como saída a perfuração de poços profundos.
Gravidade
"A água é que é um problema grave no momento, o mais grave e vai ficar pior a partir de setembro. Tem lugar que já não tem água de jeito nenhum. O carro-pipa é que está socorrendo, mas os reservatórios estão no fim. O Governo tem que investir urgente em perfurar e instalar poços profundos. O socorro neste sentido está fraco", alerta o presidente Antônio Ximenes.
De acordo com o Sindicato, a população está tão aflita, que muitos produtores já se adiantaram e fizeram empréstimos em instituições bancárias para a perfuração de poços em suas propriedades. Ximenes enumera ainda que o Garantia-Safra ameniza a situação de perda dos agricultores locais.
Em Crateús em torno de 5.400 agricultores foram cadastrados, segundo o Sindicato. Pagaram R$ 9,50 e receberão a partir de agosto cinco parcelas, sendo uma de R$ 140,00 e quatro de R$ 155,00, totalizando R$ 760,00. Segundo a Prefeitura de Crateús, serão perfurados e instalados mais de 50 poços profundos no município, com recursos próprios, visando assegurar segurança hídrica para a população. Situação similar é enfrentada no município de Tauá.
Conforme o STTR, a preocupação maior também é com a falta de água. Questiona a potabilidade da água do açude Favelas, que irá colaborar com o abastecimento do município com a construção da adutora, em andamento.
"O nosso principal problema é a falta de água e a alternativa que está sendo tomada em trazer água do açude Favelas é questionável porque tememos pela falta de qualidade da água", ressalta o presidente do Sindicato, Pedro Marcelino.
Segundo Marcelino, as chuvas caídas nos últimos três meses minimizaram os problemas enfrentados com pasto e água na zona rural."Melhoraram a pastagem e trouxe água para cisternas e alguns reservatórios no interior, amenizando assim a situação do campo. Então pelo menos até setembro teremos um pouco de água, mas nos preocupamos com os últimos meses do ano", destaca.
No último dia 9, a Cogerh coletou água do açude Favelas a fim de examinar laboratorialmente a qualidade da água do reservatório. As amostras foram enviadas para o IFCE de Juazeiro do Norte para serem analisadas.
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