Entre junho de 2012 e 2013 o preço da cesta básica em Fortaleza passou de R$ 235,70 para R$ 292,86
Apesar de registrar deflação de 1,33% no comparativo mensal, o preço da cesta básica em Fortaleza em junho acumulou alta de 24,25% em relação ao mesmo mês de 2012 e de 15,86% no semestre, chegando a custar R$ 292,86. Em doze meses, a Capital cearense contabilizou o terceiro maior aumento (24,25%) dentre 17 capitais brasileiras, ficando atrás, em termos de variação, de Recife (PE) e João Pessoa (PB), que apresentaram, respectivamente, taxas de 28,17% e de 24,36% na comparação anual.
No comparativo anual, a banana encareceu 93,07%, ficando atrás apenas do tomate, que teve o custo elevado 93,56% em um ano FOTO: RODRIGO CARVALHO
Os dados constam na sexta edição de 2013 da Pesquisa Nacional da Cesta Básica divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento não inclui números de Campo Grande referentes à variação anual.
Considerando os seis primeiros meses do ano, as maiores elevações também se concentraram em capitais nordestinas, tendo na liderança Aracaju (21,57%), seguida por João Pessoa (20,02%) e por Recife (19,17%).
Produtos
Com base no levantamento do Dieese, dos 12 produtos que compõem a cesta básica, a farinha foi quem puxou o aumento anual (de 24,25%) em Fortaleza, encarecendo 93,56% em 12 meses. Também contribuíram a banana e o tomate, que aumentaram 93,07% e 76,17%, respectivamente, no mesmo período.
No semestre (alta de 15,86%) os vilões foram a banana, o tomate, o feijão e a farinha. Esses itens tiveram acréscimos nos preços de 51,71%, 43,63%, 33,28% e 21,24%, nessa mesma ordem.
Impactaram com maior ênfase na redução mensal (-1,33%) do custo da cesta, em Fortaleza, o tomate (-11,57), a farinha (-6,63%), o açúcar (-4,17%) e o arroz (-2,14%).
Análise
Para o técnico do Dieese Ediran Teixeira a queda de preço no mês decorre principalmente do tomate, que tem grande peso no custo total da cesta. Segundo ele, a queda de preço tanto do tomate quanto da farinha reflete a acomodação do mercado, que está buscando esses produtos noutras praças. No caso da farinha, ele explica que ela está vindo de São Paulo que, sem seca, está com boa produção.
Sobre a alta de preços no acumula do ano, Ediran Teixeira afirma que nem a falta d´água e o excesso de sol, característicos da seca, justificam o aumento exorbitante no valor da farinha e da banana. "Não tem sentido a farinha e a banana aumentarem quase 100% em 12 meses. Por trás da falácia da seca, tem gente superfaturando para abocanhar o ganho de renda obtido pelo trabalhador nos últimos anos".
No País
No cenário nacional10 dentre 18 capitais experimentaram redução mensal nos preços da cesta básica, enquanto oito tiveram os custos inflacionados. As maiores quedas foram apuradas no Rio de Janeiro (-3,55%), Vitória (-3,14%) e Manaus (-2,07%). Os maiores aumentos ocorreram em Aracaju (3,05%), Brasília (2,87%) e Recife (1,97%).
São Paulo mantém a mais cara cesta básica do País, estimada em R$ 340,46, embora R$ 1,59 mais barata em relação ao valor do mês anterior (R$ 342,05).
Salário mínimo
Tomando por base o salário mínimo vigente (R$ 678,00), em junho, o fortalezense precisou desprender 95 horas e dois minutos de sua jornada mensal para adquirir a cesta básica.
Em contrapartida, o gasto com alimentação de uma família composta por dois adultos e duas crianças foi estimado em R$ 878,58.
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