Ao celebrarmos a festa da luz. Aquela luz que é o próprio Cristo, a iluminar os que andam nas trevas e nas sombras da morte.
Será
que a luz da pequena vela consegue ainda despertar em nós alguma emoção
e provocar-nos algum estremecimento? Porque aquela chama, por pequena e
frágil que seja, simboliza a chama de nossa fé em Cristo, recebida no
batismo.
É bem possível que, no festival colorido de tantas luzes
artificiais, a memória daquela pequena chama tenha se apagado em
definitivo. Isso significa que nossa fé em Cristo, por ela simbolizada,
entrou em crise.
Continuamente provada pelas inúmeras tentações
da vida, nossa fé sempre corre perigo de "dançar" ao sabor dos ventos do
materialismo. Oportunistas que somos, confessamo-la nas situações
favoráveis. Levantamo-la quando todos a levantam; escondemo-la quando há
perigo de zombaria ou de perseguição por causa dela.
Há momentos
de entusiasmo em que daríamos até a vida por ela; há momentos em que
somos até capazes de renegá-la. Em outras palavras, na hora em que tudo
corre de acordo, confessamo-nos cristãos; na hora dos reveses, viramos
descrentes.
Esta é a "dança" a que nossa fé está submetida. Mas
aquela fé que aprende a dançar ao ritmo dos acontecimentos humanos não
demonstra ter raízes profundas. Cabe-lhe aprender a permanecer firme: no
meio da tempestade e no meio da bonança, na hora da derrota e na hora
da vitória, perante a morte e perante a vida.
Então, o que
estamos fazendo com a luz da fé que um dia nos foi entregue? A luz é
para aquecer e iluminar. Com tanto frio e tanta escuridão invadindo a
terra, não temos o direito de apagá-la nem de escondê-la debaixo de
tampas sepulcrais.
Pe. Virgílio, ssp
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